Você sabia que a história do batom está cheia de curiosidades como a extração do pigmento vermelho para os lábios de besouros esmagados, há milhares de anos?
O batom passou por uma evolução muito curiosa, para chegar ao que conhecemos hoje, ao longo dos anos.
Existem provas de que várias civilizações antigas usavam meios artificiais para melhorar sua aparência corporal até 12 mil anos atrás, de pigmentos inventados pelo homem que não são criados a partir de fontes naturais (sucos de frutas ou plantas).
Há 5 mil anos, possivelmente, viveram as primeiras inventoras do batom: as mulheres da antiga Mesopotâmia, (atual Iraque), que despedaçavam pedras vermelhas e adornavam os lábios com este pó.
As mulheres da Civilização do Vale do Indo, que existiam de cerca de 3.000 a.C. a 1.500 a.C., também deram seu jeitinho de colorir os lábios em vermelho, com substâncias feitas de algas, argila e insetos secos cozidos.
As antigas egípcias, também pigmentavam os lábios usando corante vermelho-arroxeado, extraído de algas marinhas, um pouco de iodo e bromo mannite, porém, essa combinação de ingredientes era muito venenosa – eis aqui a origem da expressão do “Beijo da Morte”. Seus batons tornaram-se parte de trajes naturais diários, exceto para as classes mais pobres que não tinham recursos para adquirir cosméticos ainda mais baratos.
Em 51 – 30 a.C., Cleópatra, a egípcia mais famosa da história, fez seu batom vermelho extraído de besouros e formigas de carmim esmagadas, uma forma certamente menos nociva à saúde…

Cleópatra - Foto Xapuri.info / Busto de Nefertiti no Museu Neues, Berlim - Foto via Getty Images
O BATOM NA ANTIGA CHINA
Os lábios são uma parte importante da beleza no início da história chinesa e asiática.
Em 1983, uma estátua em tamanho real de uma deusa foi escavada do sítio de Cultura Niu He Liang Hongshan, da China, datado de mais de 5.000 anos atrás. Os lábios da deusa eram vermelhos, o que indica que a tradição dos lábios avermelhados já era conhecida há milênios.
Acredita-se que o ato de Maquiar os lábios era praticado para agradar os deuses, em ocasiões religiosas.
Os produtos de beleza labial na China antiga eram normalmente chamados de “bálsamo labial” e eram usados por homens e mulheres.
Alguns chineses antigos usavam blush — o bálsamo facial vermelho (chamado “Yan Zhi” em chinês) – para maquiar os lábios.
Os tais bálsamos, muitas vezes, tinham fragrâncias e sabores maravilhosos em sua composição e eram mantidos em um pequeno recipiente.
Após 600 d.C., ele foi transformado em uma substância sólida, em formato de tubo, facilitando a forma de carregar e usar, tornando – se logo, popular.

Cleópatra - Foto Xapuri.info / Busto de Nefertiti no Museu Neues, Berlim - Foto via Getty Images
O BATOM NA EUROPA
Os primeiros cristãos da Europa Medieval reconheceram a maquiagem como uma “ferramenta de Satanás” ( pelo amor de Dadá…)
No século XVI, o batom se tornou amplamente utilizado. A Rainha Elizabeth I, popularizou o visual dos lábios corados.
O batom da Era Elisabetana era produzido com cera de abelha e corantes vermelhos derivados de plantas.
No entanto, PASMEM: quando a Rainha Vitória assumiu o trono, a maquiagem, em geral, foi banida ao nível de prostitutas.
Mulheres que eram consideradas culpadas de seduzir homens em matrimônio por meios cosméticos poderiam ser julgadas por bruxaria. (Mas, minha gente?)
O BATOM NOS USA
Em 1884, a primeira fórmula do batom moderno da história foi introduzido por perfumistas da Guerlain em Paris: embrulhado em papel de seda e feito com sebo de veado, cera de abelha e óleo de rícino
Antes do final do século XIX, as mulheres só usavam maquiagem em casa. Nos Estados Unidos, os lábios eram vistos com maus olhos e essa abordagem só começou a mudar graças à Sarah Bernhardt – atriz francesa e primeira grande estrela do cinema mudo, causando um escândalo ao aparecer pela primeira vez em público com os lábios pintados de vermelho
(Embora as atrizes tivessem mais “liberdade” no palco, na vida pública, elas eram alvo de severas – and, desnecessárias – críticas.)
Em 1912 as mulheres americanas já começaram a considerar o batom como aceitável, embora um artigo no New York Times chegou a “avisar” sobre a necessidade de usar com cautela.
Em 1915, um batom de formulação semelhante à francesa, foi vendido em recipientes de metal de cilindro, inventados por Maurice Levy. As mulheres deslizavam uma pequena alavanca na lateral do tubo, com a borda da unha para mover o batom até o topo – primeiro formato parecido com o que temos hoje.
Em 1923, o primeiro batom em tubo giratório foi patenteado por James Bruce Mason Jr. em Nashville, Tennessee, o formato que realmente utilizamos hoje.

Cleópatra - Foto Xapuri.info / Busto de Nefertiti no Museu Neues, Berlim - Foto via Getty Images
No final da década de 1940, Hazel Bishop, uma química orgânica Americana, começou
a experimentar em sua própria pequena cozinha, uma nova formulação de batom, à base de corantes, óleos e cera derretida. O objetivo era criar um batom à prova de manchas, duradouro que não mancharia roupas ou copos. Eis que surge o batom de longa duração,
chamado No-Smear. Essa maravilhosa inclusive fundou uma empresa ,a Hazel Bishop, Inc a fim de comercializar essas maravilhas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o batom vermelho (em função dos ingredientes) era uma mercadoria luxuosa e rara.
Enquanto isso, as revistas americanas tentaram alertar as mulheres contra os efeitos desastrosos da maquiagem.
Porém, eis aqui uma parte da história que me encanta: a evolução da produção e a popularidade dos filmes, bem como o crescente poder da moda e da fotografia cinematográfica, desempenharam um papel enorme em tornar os batons cada vez mais populares (LINDO!): na década de 1950, considerada era da “Hollywood de ouro”, ícones como Grace Kelly, Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Elizabeth Taylor definiram tendências em todo o mundo tornando o batom mais popular do que nunca.
Lábios vermelhos ousados foram especialmente popularizados por Marilyn Monroe e Elizabeth Taylor, em consequência disso, uma pesquisa da época concluiu que 60% das adolescentes usavam batom.
TEMPOS DEPOIS…
Hoje em dia, o batom é sem dúvida o cosmético mais popular do mundo (quem não ama, minha gente?)
As formulações para desenvolver os batons não são tão arcaicas e assustadoras como outrora, maaaaas, no final de 2007, um estudo realizado por um grupo de consumidores dos EUA descobriu batons com vestígios de chumbo que excediam os limites estabelecidos pela Food and Drug Administration.
Como resultado, batons orgânicos, feitos de ingredientes naturais como cera de abelha e óleo de jojoba, tornaram-se muito mais populares do que no passado.
E novas formulações inovadoras e designs de batom, continuam em constante desenvolvimento.
Atualmente, além de batons com fator de proteção, antioxidantes, vitaminas, e ativos que tratam e renovam os lábios, em suas formulações, temos até batons que mudam de cor!
Esses, quando aplicados nos lábios, transformam – no em uma cor personalizada, criada pela química do seu próprio corpo. O Frog Prince, da marca Lipstick Queen, foi desenvolvido para esse fim. No Mercado livre, o danado é vendido por nada mais nada menos que R$ 156,00 (socooorro, não compro. Prefiro investir em outros! Rs!)
Hoje temos à nossa disposição Lip tints, lip balms, lip glosses, até produtos multifunção para bochechas e olhos, que também tem usabilidade nos lábios. Bem como os próprios batons, que também podem ser utilizados para dar ar de naturalidade e saúde às bochechas! Uma maravilha, não?

Desfile de Verão 2022 de Tom Ford - Foto Victor Virgile via Getty Images
Quem não ama uma boa história, ainda mais de um dos itens mais amados pelo Mundo da Beleza, como o Batom?
Vocês gostaram? Querem mais desses tipos de artigo? Me contem!
Um cheiro e até a próxima!
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